Arrependimento Mata

16/10/2012 11:48

 

O atual presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, cometeu um grave erro ao não aceitar as propostas de São Paulo e Corinthians por Montillo. Essa é a opinião do ex-mandatário do clube celeste, Zezé Perrella.


Em entrevista ao jornal Estado de Minas, o senador lembrou que os atrasos de salário durante o ano não teriam acontecido se o clube tivesse liberado o meia argentino pelas cifras oferecidas pelos paulistas - Tricolor ofereceu R$ 10 milhões mais três jogadores e o Timão chegou a colocar sobre a mesa mais de R$ 20 milhões.

- O que eu sempre fiz a vida inteira foi vender jogadores para que o Cruzeiro não atrasasse salários. Eu sempre vendi. A nova diretoria teve boas propostas pelo Montillo e optaram por segurá-lo. Naquela época, eu defendi o tempo inteiro a venda do Montillo para que não houvesse o atraso de salários. Se tivessem negociado, os atrasos não teriam ocorrido - afirmou. 

- Não estou criticando, eu respeito o trabalho da diretoria, mas os atrasos de salário este ano ocorreram em função da permanência do Montillo, foi uma opção da diretoria. Disseram que o Montillo seria o carro chefe de um projeto de sócio-torcedor, eu respeito essa opção. Eu nunca vendi jogadores porque achava bonito, eu vendia porque eu tinha que vender para que os atrasos não acontecessem. Dinheiro nunca foi fácil no futebol - completou o ex-presidente.

Na visão de Zezé Perrella, Gilvan de Pinho Tavares não voltaria a cometer o mesmo erro. Ele tem certeza de que, se pintassem propostas do nível que surgiram há alguns meses pelas mãos de dirigentes são-paulinos e corintianos, o atual mandatário não pensaria duas vezes e venderia...

- A situação do Montillo eu tenho certeza que foi uma coisa atípica. O Gilvan tinha feito um compromisso com a torcida de não vender. Tenho certeza que se fosse agora aquele negócio, a posição dele seria outra. Ele sabe que clube nenhum suporta ficar sem ter uma receita melhor, principalmente aqui em Minas, ele já aprendeu isso, não dá para sobreviver. Hoje ele tem essa visão. É muita pressão que um presidente do Cruzeiro suporta, tenho maior respeito e entendo o sofrimento do Gilvan, sou absolutamente solidário a ele, porque eu sei o sofrimento que ele está passando, passei por isso 17 anos. Torço demais por ele, tudo o que ele está passando hoje eu já passei. Então eu torço demais por ele - afirmou.

Por fim, questionado sobre a venda de jogadores na temporada 2011, ainda sob sua gestão, Perrella usou o Corinthians campeão da Libertadores como resposta.

- Se eu não tivesse vendido Thiago Ribeiro, Henrique e Gil, a situação econômica do Cruzeiro seria catastrófica. Sempre vendi para pagar dívida. O Cruzeiro recebe R$ 40 milhões a menos do que Flamengo, São Paulo, Corinthians. Todos os clubes do Brasil que tiveram sucesso até hoje foram clubes vendedores, Internacional, São Paulo... o Corinthians foi o clube que mais vendeu ano passado e foi campeão da Libertadores. Eu sempre vendi, isso nunca foi empecilho técnico - lembrou.