Super Clássico
O Superclássico das Américas está muito além do futebol. Os dois amistosos entre Brasil e Argentina têm como pano de fundo e são objeto de agrados políticos nos dois países.
Se no Brasil a proximidade entre CBF e governo de Goiás impulsionou a escolha de Goiânia no primeiro jogo, na Argentina o motivo de Resistencia ter sido escolhida para receber a decisão é similar: o governador da província de Chaco, Jorge Capitanich, é muito bem articulado com a presidenta argentina, Cristina Kirchner, e a AFA.
Capitanich, que começou seu segundo mandato em 2011, é da mesma corrente política da família Kirchner: o partido Justicialista, que tem raízes no peronismo.
– O jogo será lá por causa de uma mescla de questões políticas e econômicas. O governador é um homem forte do partido – contou o repórter do “Olé” Martín Blotto.
O governador tem ainda mais domínio no cenário da política esportiva da região porque é presidente do Sarmiento, principal clube de Resistencia, capital da província. Este apoio do governo foi importante no projeto do centenário do Sarmiento, que envolveu a construção do estádio que será palco do confronto entre Argentina e Brasil, na quarta-feira.
Mas o Superclássico das Américas não é a primeira honraria que Resistencia recebe. O governo conseguiu fazer com que a seleção argentina protagonizasse a inauguração do Centenário – há um ano – em um amistoso contra o Paraguai. O evento, inclusive, foi a última aparição do ex-presidente Néstor Kirchner antes de sua morte.
Em meio a esta relação ainda está a empresa World Eleven, com base em Buenos Aires, que tem o direito de explorar e organizar os amistosos da Argentina até 2014. A companhia também gerencia os principais clássicos argentinos e levou para Resistencia o primeiro River Plate x Boca Juniors após o rebaixamento dos Millionarios.
– Nossa relação é extraordinária e com certeza ajudou na escolha de Resistencia para receber o jogo. Resistência tem um estádio novo, em que foi realizado outro superclássico no começo do ano: Boca x River. O jogo teve um êxito extraordinário, nem nenhum tipo de inconveniente ou incidente com relação à segurança. Esse jogo foi a prova de fogo – afirmou ao LANCENET!Guillermo Tofoni, CEO da World Eleven.
CBF não se envolve na escolha da cidade argentina
A assim como ultimamente não tem escolhido os adversários dos amistosos da Seleção, a CBF também não tem poder para escolher em qual cidade argentina acontece o Superclássico.
– A AFA vê as condições e a CBF tem que confiar. A mesma coisa acontece com a escolha da cidade brasileira – informou Guillermo Tofoni, o CEO da empresa World Eleven, que gerencia os amistosos da seleção argentina.
Tofoni ainda revelou que Resistencia não vai receber a edição-2013 do Superclássico.
– A Argentina está fazendo o que o Brasil começou há um tempo, que é revezar os locais dos jogos. Antigamente as partidas se concentravam no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Mas depois da Copa América isso começou a mudar – afirmou, já dando opções para o próximo ano:
– Ainda não definimos, mas pode ser San Juan, Mendoza, Córdoba e outras cidades.